19 de abril de 2010

CARREIRA EM Y

Tommaso Russo


Quem já não viu acontecer?

Técnico de mão cheia, projetista de primeira, contador especialista com anos de janela. Cara bom, indispensável.

Porém, com salário alto, estourando na estrutura. Mercado aquecido, falta gente preparada. “Ih, chefe, recebi outro convite para trabalhar em uma multi, se eu não tivesse que mudar para Teresina, tinha aceitado na hora...”

É inevitável. Ou o promovo para gerente, ou perco o funcionário. É o único jeito de aumentar o salário e dar alguns benefícios extras sem enfrentar um motim dos outros especialistas que também estão estourados na estrutura, com 9 ½ anos de casa...

O fim da história é quase sempre o mesmo: às vezes damos sorte e o cara vai bem como chefe, mas normalmente a equipe não o aceita, ele não tem paciência para liderar, fica mais e mais individualista... e no fim, acabamos perdendo o profissional que tanto queríamos segurar, senão em corpo, no espírito.

A boa notícia é que a história não precisa sempre acabar assim. É possível oferecer uma carreira ascendente para especialistas, pesquisadores, técnicos especializados e outros elementos que detém o conhecimento na empresa, através da adoção de uma Estrutura de Cargos e Salários denominada Carreira em Y.

Nesse modelo, a empresa define dois planos de carreira paralelos, um para a área dita Executiva e outro para a área técnica – os braços da letra Y. Cargos em ambas as carreiras que possuem níveis semelhantes – medidos, por exemplo, através de avaliação por pontos – serão remunerados nas mesmas faixas salariais e terão benefícios semelhantes. Esse modelo possibilita também a migração de um tipo de carreira à outra (e a respectiva volta, se necessário), sem mudanças significativas na situação do profissional. Bastante interessante para processos de job rotations.

Da mesma maneira que são definidos critérios de avaliação para a carreira executiva, para a concessão de aumentos por mérito e promoções, a carreira técnica deve possuir mecanismos formais de análise de desempenho (por exemplo, porte de projetos conduzidos, especialização, pós-graduação), que basearão as promoções e incrementos salariais.


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