30 de setembro de 2010

Incentivos de longo prazo: retendo seus talentos

Tommaso Russo

Muitas vezes, um pequeno e médio negócio se defronta com o seguinte dilema: o risco da perda de funcionários-chave para o mercado.

Entendemos que o funcionário-chave é aquele que muitas vezes acompanhou o fundador nos primeiros passos do negócio. Nessa posição privilegiada, acumulou conhecimentos sobre os produtos da empresa, especializou-se, fez cursos e ajudou a viabilização operacional do negócio. Tornou-se assim imprescindível para o crescimento do negócio e muito valorizado pelo mercado.

O empresário, por questão de gratidão ou por não conseguir cobrir as ofertas do mercado, acaba optando em oferecer sociedade a esse colaborador, normalmente sem aporte de capital. Com isso, tenta retê-lo com as perspectivas de altos ganhos no futuro, na medida em que a empresa cresce e se valoriza.

Os incentivos de longo prazo

São viáveis, entretanto, mecanismos através dos quais a intenção inicial de apostar em ganhos futuros, que reflitam o crescimento da empresa, sirva como fator de retenção das pessoas-chave, sem que o empresário tenha que abrir parte do controle da empresa.

Um dos exemplos é prática semelhante às políticas de Opção de Ações (Stock Options). Trata-se de conceder a uma pessoa o direito de comprar um ativo da empresa no futuro a valores do presente. Se a empresa se valorizar nesse período, o valor do ativo no futuro será maior que o valor atual. A diferença (valorização do ativo) é o ganho auferido pelo recebedor quando vender esse ativo no mercado do futuro.

No modelo clássico das Opções de Ações, esse ativo consiste em ações da empresa (se for de capital aberto).

No caso de pequenas e médias empresas de capital fechado, são criadas “ações”, que representam uma parte do seu lucro anual. Por exemplo, 1 “ação” corresponde a 0,1% do lucro da empresa. Suponhamos que o lucro atual da empresa é de 100.000, sendo, portanto, o valor da “ação” igual a 100 na data de hoje.

Fazemos um trato com nosso funcionário-chave. A empresa “vende” a ele 1 “ação” (representando 0,1% do lucro - que hoje vale 100). Dentro de um período pré-determinado (digamos 2 anos), a empresa “comprará” de volta a “ação” a valores de futuro (0,1% do lucro futuro). Se daqui a 2 anos, o lucro da empresa for de 150.000, os 0,1% valerão 150. A diferença de 50 (150 – 100) é o ganho do funcionário.

Evidentemente, a retenção do funcionário-chave se dá pela concessão das “ações” todos os anos. Haverá sempre um estoque de “ações” a serem realizadas no futuro.

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