Good girls go to heaven but bad girls go everywhere (Mae West)
No mundo dos negócios, de modo assustadoramente frequente, quantas vezes vemos aqueles que apresentam um desempenho confiável e consistente, que se alinham no lado certo na ética e no espírito de grupo, os “caras legais” que todo gestor quer ter na equipe – serem deixados de lado quando estão em jogo reconhecimento e recompensas. Muitas vezes, eles não obtêm o crédito, o respeito e o reconhecimento devidos, sendo menos valorizados que os “bad boys”.
Bad boys? Você conhece um monte deles. São aqueles que, à primeira vista, são os campeões de resultados. Entretanto, sua figura sempre vem acompanhada de um “é, mas...” e demonstram atitudes irritantes que acabam sendo relevadas perante seus feitos “espetaculares”. São os “meninos de ouro”, “os matadores”, as “estrelas” (e os “revestidos com Teflon”, onde nada gruda), sempre reconhecidos e até admirados pela diretoria, mesmo quando sua imagem está apoiada em um pedestal feito apenas de ar quente.
Os cínicos dirão que a vida não é justa, mas espere aí! Quantas vezes vê-se a mesma história:
- As atitudes pessoais das estrelas são ignoradas e apenas os resultados são reconhecidos. Pode ser arrogância, falta de profissionalismo e coisa pior. Essas pessoas pensam somente em si , presidentes eternos de seu próprio fã clube. Não sabem e nem querem trabalhar em equipe.
- Acionistas e donos das empresas insistem tanto no “não interessa o esforço, só o resultado” que logo a maioria dos colaboradores não quer mais saber como esses resultados foram alcançados. “Limite-se a vender ou você será devolvido ao meio ambiente”.
- Indicadores financeiros são mais importantes que o estilo, liderança, ética e profissionalismo. O foco é no lucro mensal e não nas atitudes que possibilitam resultados consistentes e duradouros da empresa.
- Aqueles que têm “os contatos” (quem você conhece, não o que você sabe) não são avaliados pelo esforço da mesma maneira que o resto dos meros mortais.
Você pensa que seus colaboradores não percebem como os resultados foram atingidos? Eles sabem.
Será que a alta direção da empresa realmente se importa se um empregado deixa uma pilha de cadáveres atrás de si na sua busca pelo sucesso pessoal? E o discurso sobre as prioridades da organização e “como as pessoas são a nossa maior riqueza”? Esse tipo de cultura fica transparente para o mercado? Será que esse clima interno não é impeditivo para atração das pessoas certas? Sim senhor, isso tudo pode acontecer. E, ao longo do tempo, a organização acaba se transformando em alguma coisa que, ao fim, resulta altamente prejudicial ao negócio:
- Head hunters acabam formando um conceito negativo a respeito da empresa e param de indicar candidatos potencialmente qualificados.
- O restante de seus colaboradores percebe como essa cegueira sobre determinadas pessoas acaba prejudicando suas carreiras na empresa; engajamento e produtividade começam a despencar.
- Uma consequência natural para o baixo engajamento das pessoas é a alta rotatividade; os primeiros a irem embora são os melhores, com mais chances no mercado, em busca de reconhecimento e valorização que não encontram hoje na empresa.
É claro que tudo isso pode ser evitável. Mas é preciso coragem para desafiar as estrelas, especialmente se sua intenção é motivar e reter os colaboradores que carregam o piano discretamente, que trabalham em equipe, que são a esmagadora maioria do seu pessoal, e que garantem a sobrevivência da empresa.
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