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Como parte da contratação colaborativa, pode ser organizado um happy hour para que a equipe conheça e avalie os candidatos. |
Tommaso Russo
Empresários e gestores de equipe são muitas vezes apaixonados por suas ideias. Quando apresentam novas práticas a seus colaboradores, esperam que o time assuma o trabalho como se a ideia fosse deles. O problema é que cada nova iniciativa implantada pode causar impacto na vida deles. Assim, quando não pedimos sua opinião sincera sobre o assunto, as pessoas sentem-se desvalorizadas e desconsideradas - o risco da ideia não vingar torna-se real.
O mesmo conceito aplica-se quando os gestores e empresários iniciam um processo de contratação para uma vaga na equipe. Muitos acham que a contratação é um processo feito de cima para baixo, assumido pela chefia ou pelo pessoal de RH. Na verdade, o oposto é verdadeiro.
Contratação colaborativa – quando os membros da equipe são envolvidos no processo de seleção de seus futuros colegas – pode aumentar o nível de engajamento, reduzir a rotatividade e melhorar o desempenho da área.
A noção comum é que os colaboradores ficam felizes em deixar todo o processo de recrutamento e seleção para as chefias – menos trabalho, afinal. Mas essa atitude pode deixar a equipe sentir-se alienada e desconectada de tudo que não estiver ligado às suas tarefas. E como fica o discurso que os colaboradores devem entender do negócio e que devem participar ativamente do crescimento e lucratividade da empresa?
O foco deve ser outro. Afinal, se são os membros do time que irão treinar e integrar o novo colega ao trabalho, porque não envolvê-los no processo? Os valores e a cultura da empresa são igualmente importantes para eles e, frequentemente, eles sabem de detalhes do dia a dia e podem fazer as perguntas certas aos candidatos.
Uma sugestão de como operacionalizar esse processo:
· Após uma reunião inicial entre os candidatos viáveis, a chefia e o RH, a equipe recebe um e-mail com as impressões obtidas nas entrevistas com os candidatos e uma cópia do currículo de cada um. É organizado um encontro informal entre a equipe e os candidatos (sem a participação da chefia), onde os participantes podem interagir com os candidatos e discutir sobre os valores e cultura da empresa, como lida com os conflitos, os prós e contras de trabalhar na empresa e na área.
· A participação dos membros do time é opcional e a reunião ocorre depois do expediente. Após a reunião, os colaboradores devem manifestar à chefia por e-mail suas impressões e recomendações sobre os candidatos.
A contratação colaborativa é especialmente adequada para gestores que estão comprometidos com a transparência na organização e confiam que os colaboradores irão fornecer um feedback honesto. Essa abordagem também ajuda a reter talentos, que podem ser muito mais seletivos quando eventualmente buscarem uma nova empresa para trabalhar.
Mesmo não sendo convencional, a contratação colaborativa ainda pode proporcionar as seguintes vantagens:
Período de aprendizado mais curto – quando a equipe faz parte do processo de contratação, eles tendem a ficar mais interessados em ajudar e apoiar o novo colega. Quanto mais rápido for o período de aprendizado, mais cedo os resultados do recém-admitido irão aparecer.
Maior retenção dos colaboradores – um forte espírito de equipe é uma vantagem competitiva importante de uma empresa, daí que a retenção de funcionários tem alta prioridade. Na dúvida, pergunte-se quanto custa perder um talento para a concorrência em relação a envolver os colaboradores no processo de seleção e manifestar a gratidão da empresa pela ajuda que estão prestando.
Imagem de bom lugar para se trabalhar – se a intenção é atrair os melhores para a inovação e o crescimento da empresa, então é fundamental que sua imagem como empregador diferenciado seja reforçada. É bastante provável que candidatos de alto nível perguntem o que sua empresa faz para motivar e reter pessoas ao decidir se a cultura da organização atende seus valores pessoais.
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