Tommaso Russo
A
Revolução Industrial estruturou o trabalho em tarefas especializadas e
fragmentadas. Antigos fazendeiros e artesãos, que eram responsáveis pelo
trabalho como um todo, tornaram-se membros distintos e especializados nas
fábricas e empresas. Cada um é responsável por um fragmento do trabalho e,
portanto, o resultado do produto final ficou fora de sua visão e
responsabilidade.
O
trabalho foi dividido em tarefas simples, individuais e repetitivas. E isto
requer uma enorme estrutura administrativa, para integrar e fazer a orquestra
tocar em sintonia. Isso implica que, em organizações maiores, apenas 10% das
pessoas agregam algum valor ao cliente e 90% não agregam nenhum valor
específico, estando nas organizações para organizar, conferir, gerenciar e
coordenar as partes.
Se
não se pode eliminar esse peso sem o risco de arruinar a empresa, a solução é
redesenhar os processos pela análise de suas funções essenciais e importantes
e, sobretudo, educar e ensinar as pessoas a aprenderem como aprender e aprender
cada vez mais rápido. Esse último aspecto é chamado de Reengenharia Mental.
Esta
nova perspectiva transforma os trabalhadores em Profissionais.
Profissional
é aquele responsável pela realização global dos objetivos definidos e não
apenas pelo desempenho de suas funções específicas.
Para
obter resultados, o profissional, diferentemente dos amadores, vai em busca de treinamento contínuo. E quando
tiver uma boa reserva de conhecimentos e habilidades, vai se tornar um líder,
um realizador autônomo, sem precisar da cobrança de supervisores ou de
descrições detalhadas de funções. Como profissionais, apresentam as seguintes
características psicológicas:
- São autônomos, porque têm iniciativa e proatividade.
- São responsáveis pelo produto final, porque
têm habilidades e orgulho profissional do que faz.
- São valorizados não só por aquilo que sabem,
mas pelo exemplo de vida. Possuem integridade e credibilidade.
- São emocionalmente inteligentes, sabem lidar
com as pessoas, reagem bem às decepções e frustrações e sabem se automotivar
constantemente. O resultado é uma autoestima saudável e realizadora.
Hoje
as empresas não oferecem mais garantias de emprego, pois seus verdadeiros
donos, os clientes, não mais garantem a manutenção dos pedidos.
Além
disso, a empresa não pode mais recompensar somente o esforço pessoal, porque o
cliente não se preocupa com os esforços. Quer somente os resultados obtidos.
Entretanto,
as empresas oferecem oportunidades de aprendizagem e treinamentos que ampliam a
inteligência humana e que possibilitam uma verdadeira reengenharia mental. Em
contrapartida, esses profissionais assumem a iniciativa de mudar e melhorar,
criando valores cada vez melhores para si e, consequentemente, criando valores
melhores para seus clientes – e lucro para a organização.
Trabalhos
centrados em processos são grandes oportunidades para encorajar a criatividade
e inteligência, proporcionando consistência, significado e valor ao trabalho. A
era insensata de proibições e restrições ao pensamento já acabou.
Mas,
grandes trabalhos requerem grandes mentes. Mentes que estejam dispostas a
pensar e ver o todo, adquirir uma visão sistêmica. Pessoas “pequenas” que
querem apenas um emprego (e não um trabalho), que têm preguiça de pensar e
executam apenas o que os outros mandam, não terão muito espaço e nem condições
de sobrevivência neste novo mundo, porque o nível de seu trabalho pode ser
facilmente substituível por tecnologia informatizada.
Meus
votos:
- Pense
algumas vezes nisso: “Minha recompensa na vida será o resultado da minha contribuição
e serviço ao mundo”
- Tome
a iniciativa pelo seu próprio treinamento e estudos
- Defina
claramente seus próprios padrões de excelência, com base em seus talentos,
jeito e habilidades. Compita com você mesmo ao invés de competir com os outros
- Aprenda
com suas experiências e erros.
- Aprenda
a respeitar a responsabilidade de outras pessoas: permita que as pessoas ao seu
redor aprendam errando sem medo de rejeição ou punição.
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