26 de agosto de 2013
Dicas para construir grandes equipes
Tommaso Russo
Entretanto, um grupo de pessoas
não se torna uma equipe, só porque é chamado de equipe. Existe um grande número
de processos psicológicos que devem ser desenvolvidos para formar um grupo de
pessoas que funcionem bem juntas.
Enquanto cada equipe é diferente,
existem algumas características universais que são comuns a todas elas, ou,
pelo menos, que podem favorecer seu funcionamento. Eis o que psicólogos
descobriram nas últimas décadas:
1.
Priorizar as habilidades sociais
Se for necessário construir uma
grande equipe, você deve juntar as pessoas mais brilhantes disponíveis?
Não necessariamente. Equipes de
alto desempenho precisam de sensibilidade social. Estudos desenvolvidos com 699
pessoas distribuídas em grupos de dois a cinco membros mostraram que a
inteligência do grupo não está fortemente correlacionada com o nível de inteligência
médio ou máximo individual, mas sim está correlacionada com a habilidade social
dos membros do grupo.
O segredo então não está em
colocar juntos os melhores cérebros, mas sim considerar a dinâmica social do
grupo. Quem ouve os outros? Quem faz críticas construtivas? Quem possui mente
aberta? Quem colabora e ajuda os outros? Grandes equipes têm grandes
habilidades sociais.
2. Misturar os gêneros
Como as habilidades sociais
tendem a ser um pouco maiores nas mulheres que nos homens, incluir mulheres nos
grupos é uma maneira de priorizar as habilidades sociais.
Pesquisas revelam que equipes que
incluem mulheres são mais efetivas que aquelas formadas apenas por homens.
Mas isso não significa que é
melhor formar equipes compostas apenas por mulheres: o segredo está na mistura.
Grupos formados por quantidade iguais de mulheres e de homens, apresentam
resultados melhores que outros formados só por homens ou só por mulheres.
De maneira similar, empresas que
possuem pelo menos uma mulher em seu Conselho apresentam maior valorização de
suas ações em comparação com aquelas cujos conselhos são formados apenas por
homens.
Faz sentido, então, misturar os
gêneros em uma equipe.
3. Construir
um clima de confiança
É difícil que pessoas trabalhem
bem juntas se não houver confiança mútua. Elas também devem parecer confiáveis para
as pessoas fora do grupo ou não conseguirão desenvolver bem seu trabalho.
Equipes que aparentam ser mais
confiáveis (talvez porque realmente o sejam) mostraram ter melhor desempenho
nas negociações com outros grupos. Afinal, ninguém faz negócios com quem não se
confia.
O problema que a confiabilidade
dos grupos é medida por como seu membro menos confiável é avaliado pelos outros.
Ou seja, tratando-se de confiança, uma maçã podre compromete toda a cesta.
4.
Utilizar o humor
Se os membros de um grupo não
confiam uns nos outros, talvez haja falta de bom humor. Pessoas com senso de
humor são consideradas mais confiáveis por outros.
De maneira similar, quando existe
uma boa dinâmica de grupo, formam-se amizades fora do ambiente de trabalho. O
humor pode ser um sinal de que as pessoas se dão bem e que entre elas se forma
aquele espírito que faz com seja bom trabalhar no grupo.
O bom humor traz todo tipo de
benefícios, incluindo a redução de stress, aumento da criatividade, melhoria na
comunicação e coesão da equipe. Pode aumentar a produtividade e aumentar a
efetividade da liderança.
5. Misturar introvertidos e extrovertidos
Temos a tendência de considerar
pessoas extrovertidas como melhores para trabalhar em grupos: misturam-se mais,
destacam-se nas reuniões e sabem conviver melhor com outras pessoas.
Mas os introvertidos têm também
sua importância. Não chamam a atenção para si, mas eventualmente a equipe acaba
por valorizá-los: estudos mostram que conforme a equipe evolui, os
extrovertidos acabam tendo desempenho menor do que o esperado e os
introvertidos acabam se saindo melhor que as expectativas.
6. Definir as metas e...
Uma das maiores barreiras para um desempenho efetivo
das equipes é bastante simples: elas são sabem qual é a meta. Em um estudo que
envolveu 500 chefias e analistas em 30 empresas diferentes mostrou que a falta
de uma visão clara dos objetivos do trabalho impedia as equipes de agir de
maneira efetiva.
Mas só metas não bastam…
7. ...definir os papéis
Legal, todo mundo sabe quais são
os objetivos, mas será que sabem o que devem fazer para atingir esses
objetivos? Parece óbvio, mas frequentemente não fica claro para os membros da
equipe qual é exatamente seu papel.
Atribuições não muito claras
tornam-se particularmente problemáticas quando as situações mudam e a equipe
deve adaptar-se. Se os papéis de cada um não estão claros, as pessoas não sabem
mais o que devem fazer. É uma receita para o desastre.
8. Formar
um modelo mental para o grupo
Para que pessoas possam trabalhar
juntos de maneira eficiente, elas precisam possuir um mesmo modelo mental: de
onde viemos e para onde vamos? É ir além das metas e dos papéis, mas é a
sinergia de conhecimentos e a visão comum dos membros sobre o funcionamento do
próprio grupo.
Pessoas que compartilham o mesmo
modelo mental parecem saber o que fazer quase automaticamente, sem pensar e seu
desempenho é superior à soma de suas habilidades individuais. Psicólogos chamam
isso de coordenação implícita.
9. Comunicar
objetivamente
Quando as equipes cometem erros,
uma das causas mais comuns é a falta de comunicação entre seus membros.
Em ambientes complexos, a
informação vem de muitos lugares diferentes. Estamos atualmente afogados em
informação e é difícil separar o que realmente é importante do lixo que
recebemos todo dia.
Equipes de desempenho superior
disponibilizam internamente as informações mais importantes de forma proativa -
mesmo não sendo solicitados - e conseguem filtrar as informações inúteis.
10. Liderança
Invariavelmente, as equipes são
beneficiadas por uma boa liderança. Trata-se de motivação, planejamento,
análise, estabelecimento de objetivos e coisas do tipo, mas na verdade, é mais
que isso.
Os melhores líderes procuram
desenvolver suas equipes aplicando as habilidades descritas acima. Conseguem a
composição certa de pessoas, encorajam a comunicação concisa e objetiva, formam
o modelo mental, agem com bom humor e constroem uma relação de confiança.
Adaptado
de 10 Keys to Building Great Teams,
publicado em http://www.spring.org.uk/2013/07/10-keys-to-building-great-teams.php#utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+PsychologyBlog+%28PsyBlog%29
Marcadores:
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