Tommaso Russo
Quanto do dia médio é gasto
pelas pessoas com coisas que nada tem a ver com o seu trabalho? Claro que isso
varia conforme a pessoa e o tipo de trabalho, mas sabe-se que esse valor pode
chegar a 40% de uma jornada de 8 horas.
O desperdício de tempo –
intencional ou não – pode ser a maior obstáculo à produtividade nos trabalhos
de escritório. Da mesma maneira que as organizações procuram melhorar o
desempenho dos colaboradores através da melhoria de processos, eliminação de
burocracia e introduzindo metodologias e tecnologias que deveriam aumentar a
produtividade, é hora de tratar também as fontes de desperdício do tempo.
Eis algumas ações que podem
ajudar os líderes e suas equipes a recapturar o tempo perdido:
Acabar
com a procrastinação. A procrastinação (empurrar com a barriga
ações e decisões) é, talvez, a maior fonte de perda de tempo. Todos nós adiamos
tarefas às vezes, seja porque estamos sobrecarregados de trabalho, ou porque
temos receio de tomar a decisão errada, não gostamos da tarefa ou simplesmente
não queremos ficar desocupados mais à frente – ou receber mais trabalho se nos
mostramos muito eficientes e rápidos. As pessoas precisam entender que essas
são apenas desculpas falsas para não fazer o que precisa ser feito.
Saber o que fazer. É
fundamental que se decida rapidamente qual é a próxima tarefa a atacar. Mas
também é importante decidir o que não deve ser feito. Ou seja, priorizar. O uso
de uma lista de pendências e assuntos a serem atacados define formalmente o que
deve ser feito durante o dia, priorizando aquilo que é mais importante para ser
feito no período do dia em que estamos mais dispostos e produtivos. Coloque os
itens não prioritários no final da lista e, se for necessário, “esquecer-se
deles” ou jogá-los para o fim da lista do dia seguinte. Fazer se der.
Limitar a quantidade de reuniões.
Definir a duração máxima para reuniões e cumprir o planejado. Não deixar que um
participante entre em assuntos fora do tema da reunião, nem deixar que se
alongue mais que o necessário. Não convocar reuniões sem um objetivo claro, não
convidar mais pessoas além do estritamente necessário e distribuir agendas
previamente para que todos venham minimamente preparados para as discussões.
Reuniões possuem o dom de se multiplicarem indefinidamente, tomar mais tempo
que o necessário e incluírem participantes que pouco contribuem para seus
objetivos (foram convocados só “para saberem o que está acontecendo”). Não se
esqueça: somos um povo sociável, mas reuniões não são happy hours.
Dar tempo para que as pessoas pensem. Se
os membros da equipe vivem pulando de uma reunião para outra, se são
frequentemente interrompidos pelos colegas – ou pelo chefe – e a caixa de
entrada do correio eletrônico está sempre transbordando de mensagens, as
pessoas não terão tempo de focar em atividades que realmente agreguem valor
para a organização. Pessoas com cargos mais graduados precisam de tempo para
pensar sem serem interrompidos, equilibrando a necessidade de ficar disponível
aos outros com a necessidade de se concentrar. Não é fácil estabelecer esse
balanço, mas o gestor pode ajudar estabelecendo algumas regras de disciplina na
equipe.
Eliminar fontes de distração.
Significa estabelecer práticas e um ambiente de trabalho que permita às pessoas
concentrarem-se em seu trabalho. Providenciar espaços segregados e isolados
para serem usados pelas pessoas quando necessário, reduzir as conversas nos
corredores entre as mesas, afastar postos de trabalho de portas e passagens e
estimular o uso de fones de ouvido como isolante do ruído ambiente.
Incentivar o equilíbrio entre trabalho e
vida pessoal. O período de oito horas de trabalho foi
adotado pelos nossos ancestrais, porque após esse período o cansaço e o stress derrubam
a produtividade e a concentração dos seres humanos. Trabalhar demais é
prejudicial à saúde e para a vida pessoal das pessoas. Se o objetivo é
maximizar a produtividade, a organização não deve permitir que as pessoas
trabalhem demais e se sobrecarreguem.
Pesquisa realizada em 2013 pelo site
Salary.com sobre Desperdício de tempo no trabalho mostrou que:
- 70% das pessoas
admitiram perder tempo diariamente durante a jornada de trabalho; a duração
das perdas varia de 30 minutos a várias horas;
- As atividades que
causam maiores perdas de tempo: 43% falando com colegas de trabalho (dos
quais 17% lidando com pessoas incompetentes); 34% com atividades on-line; 8%
com envio de mensagens ou telefonemas de cunho pessoal;
- As razões principais
pelas quais as pessoas perdem tempo intencionalmente são: 35% não se sentem
desafiadas no trabalho; 32% não têm incentivos para trabalhar mais
intensamente; 30% não obtém satisfação pessoal naquilo que fazem e 23% se
sentem profundamente entediados.
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Bibliografia
adicional:
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