Tommaso Russo
29 de março de 2014
Como recompensar os talentos sem deixar os outros para trás
Tommaso Russo
“Minha empresa iniciou um
programa de desenvolvimento de lideranças entre os colaboradores de alto
desempenho. A ideia é implantar ações de desenvolvimento e de sucessão para sustentar
o crescimento previsto da organização nos próximos anos. Esse programa não é
segredo para ninguém e foi divulgado a todos os colaboradores. O desafio de RH
é manter a motivação daqueles que não estão incluídos no grupo de talentos.
Como eu consigo dar um tratamento diferenciado aos talentos sem deixar os
outros para trás?”
Essa pergunta é pertinente a
todos os gestores de talentos desde o tempo que os homens pré-históricos
escolhiam seus guerreiros de alto potencial para tornarem-se os líderes da tribo.
Sempre que você diferencia o tratamento dado a pessoas com base em seu
desempenho (ou potencial), é inevitável que haja ressentimento por aqueles não
incluídos no grupo “de elite”.
O desafio ainda fica maior quando
se considera que a geração mais jovem não suporta muito bem a competição. Assim
mesmo, quando se trata de ações de gestão de altos potenciais, parece que a
transparência supera os possíveis problemas junto aos outros colaboradores.
De acordo com algumas pesquisas,
77% dos líderes de alto potencial informou que foi muito importante para eles
serem reconhecidos formalmente como tal. Além disso, a consciência de a empresa
vê o indivíduo como alto potencial possui um efeito significativo na retenção
dos talentos. Dos colaboradores identificados como de alto potencial, apenas
14% estavam à busca de novas oportunidades fora da empresa, comparados com os
33% que não possuíam esse status oficialmente reconhecido pela organização.
Assim, enquanto a transparência é
boa para os colaboradores de alto desempenho e alto potencial, o que fazer com
o restante das pessoas? É possível estabelecer algumas ações para minimizar o
efeito ou o sentimento de estar sendo deixado para trás.
Ser o
mais claro e transparente possível de como os participantes são escolhidos
A
divulgação ampla na empresa dos critérios de seleção dos altos potenciais ajuda
a dissipar o mistério dos critérios que fazem com que alguns sejam escolhidos e
outros não. A transparência colabora também para indicar caminhos para o
autodesenvolvimento das pessoas não selecionadas.
Utilizar
um processo amplo de seleção
Algumas
organizações permitem que qualquer colaborador inscreva-se nos programas de
desenvolvimento de lideranças, com pré-requisitos mínimos. As chefias podem
aprovar ou não e um comitê de seleção toma as decisões. Isso fornece pelo menos
a oportunidade a todos, amplia o horizonte de busca de talentos e fornece
feedback àqueles não escolhidos. Outras empresas utilizam ferramentas de
avaliação formais ou mecanismos de avaliação de potencial, para que o processo
seja objetivo e não subjetivo.
Treinar
as chefias em dar feedback
Gestores
devem aprender como ter conversas abertas com seus subordinados com respeito ao
desempenho e potencial. Se os líderes não forem honestos, as pessoas não
entenderão porque não foram selecionados. Com a utilização de feedback honesto
e frequente não deve haver surpresas e cada colaborador recebe planos de
desenvolvimento que são os mais adequados para sua necessidades individuais.
Disponibilizar
ações de desenvolvimento para todos os colaboradores
Um
programa de gestão de talentos é apenas um dos tipos de ações de
desenvolvimento possíveis. Todo indivíduo merece algum tipo de treinamento e
desenvolvimento.
Aliás,
mesmo entre os participantes do programa de desenvolvimento de altos
potenciais, encontram-se gaps em
comportamentos ou habilidades que devem ser trabalhados. Deve ficar claro para
essas pessoas que o fato de que estar incluído no grupo não é nenhuma garantia
de promoção. Trata-se de uma grande oportunidade de desenvolvimento e cabe a
cada um aproveitar ao máximo essa chance. Não é uma garantia de tornar-se sócio
perpétuo do clube dos talentos: é uma condição temporal. RH deve deixar bem claro
a esse grupo de elite o que significa ser um alto potencial e o que não
significa.
Adaptado de: http://smartblogs.com/leadership/2014/01/23/how-do-you-differentiate-and-develop-talent-without-leaving-others-behind/?utm_source=brief
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