30 de abril de 2015
Feedback não é apenas obrigação
Tommaso Russo
Comunicação
não é física nuclear, mas requer planejamento e cuidado.
A pedra
angular da comunicação são os feedbacks, sejam através de sistemas formais –
nas avaliações de desempenho – sejam informais, tratando do desempenho dos
subordinados (bom ou não tão bom) e definindo correções e melhorias.
O
feedback, principalmente entre as lideranças, é crucial para o desenvolvimento
e capacidade de tomada de decisão do gestor. Infelizmente, o conceito do que realmente
significa o feedback é frequentemente mal entendido. Às vezes um alto executivo
pensa que fornece um feedback adequado quando dá uma bronca em alguém quando um
erro é cometido. Enquanto é importante,para os executivos principalmente, tratar
os erros, esse tipo de feedback pode ser pouco efetivo por não haver uma intenção
construtiva adequada. A liderança do tipo “te peguei” não é liderança.
Exemplos
de erros mais comuns nos feedbacks incluem chefias dando opiniões ao invés de
apresentar fatos e dados, fazendo observações sarcásticas ou depreciativas
sobre enganos de uma pessoa, humilhando o colaborador ao desviar o assunto
sobre desempenho com expressões do tipo “o que eu fiz para merecer isso?”,
descambando para discussões que não levam a nenhum resultado útil para a
melhoria e desenvolvimento do colaborador.
A
melhoria de desempenho de alguém, a motivação e o crescimento do negócio
precisam de ações de feedback úteis, relevantes e oportunas no tempo.
Só para
esclarecer: feedback é a informação fornecida
a outra pessoa para que esta melhore e se desenvolva. Se a chefia não está
buscando a melhoria do colaborador, não está dando feedback.
Além de
ser útil para o colaborador, o feedback deve servir ao negócio como um todo. As
lideranças precisam enxergar além do processo de avaliação de desempenho e o feedback
reativo, provocado por um engano ou erro do subordinado. O feedback deve ser
considerado como uma abordagem proativa, identificando e focando nos
comportamentos desejados pela empresa e efetuando as correções necessárias, mas
de uma maneira consciente. O feedback torna-se muito mais eficiente quando as
chefias reservam tempo e atenção para planejar um plano de comunicação, ao
invés de usar de forma burocrática as rotinas dos ciclos de avaliação de
desempenho, quando praticamente sente-se obrigado a utilizar os clichês e
frases feitas de sempre e completar planilhas pré-preenchidas com algumas
frases lacônicas.
Se o
feedback não for relevante e motivador, o gestor está simplesmente perdendo tempo.
Feedbacks não específicos podem, na melhor hipótese, fazer com o colaborador
tente adivinhar como poderá fazer para melhorar ou evitar de cometer o mesmo
erro no futuro. Ou então, no pior caso, deixam o colaborador totalmente confuso
e desmotivado para melhorar seu desempenho. Mensagens vagas no feedback
conduzem a mal-entendidos e, frequentemente, provocam mais e mais reuniões para
esclarecimentos daquilo que efetivamente o gestor quer.
Antes de
uma conversa de feedback com o colaborador, o gestor precisa ter em mente o
objetivo final que deseja como resultado do processo. Ou seja, a chefia deve
decidir se quer apenas impor seus argumentos ou se deseja ser um agente de
mudanças de comportamentos inadequados do avaliado. Se esta última for a
intenção, o esforço e o tempo dispendido para preparação do feedback fará com
que a mensagem desejada seja claramente entendida pelo colaborador de imediato.
O
feedback deve ser dado em ocasião e de uma forma que seja melhor recebida pelo
subordinado. Reações instantâneas a erros cometidos podem aliviar a raiva
momentânea, mas não é a melhor ocasião para que as causas do erro e sua
relevância para o negócio sejam entendidos e formas racionais de evitar sua
repetição no futuro sejam definidas. Ou seja, possibilitam aprendizagem e
desenvolvimento e podem impactar positivamente os resultados da empresa.
Feedback
adequados – fornecidos, recebidos, entendidos e tratados – criam um sistema de
aprendizagem a partir de todos os
erros e possibilitam que sejam “digeridos” e evitados no futuro. Os
colaboradores imploram por um feedback que os ajude a crescer profissionalmente
e talvez, como pessoas também. Feedback forma a confiança e quanto mais as
pessoas confiarem em suas chefias, mais motivados estarão em eles próprios
fornecerem ideias e feedbacks úteis às suas chefias e à empresa.
Baseado
no artigo You’reDoing It Wrong, publicado em http://texasceomagazine.com/departments/leadership-feedback/
Marcadores:
Avaliação de Desempenho,
Equipes,
Feedback,
liderança,
Motivação
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Com certeza, os feedback adequados criam um sistema de aprendizagem e possibilitam que sejam “digeridos” e evitados no futuro.
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