29 de abril de 2012
Lições que o RH pode – e deve – aprender com o Diretor Financeiro
Tommaso Russo
Com relação às estruturas organizacionais
das empresas médias e algumas de grande porte, observa-se que em diversos
países, é grande a tendências do primeiro homem de RH reportar-se não mais ao
Presidente, mas ao Diretor Financeiro (ou Administrativo / Financeiro para
estruturas ainda mais enxutas).
Embora que, do ponto de vista lógico, essa
estrutura possa fazer sentido – alinhar os processos relativos à mão de obra com
a estratégia financeira da empresa não é má sugestão – provoca enorme
resistência por parte do RH. A ideia de estar subordinado ao estereótipo de
“dono da chave do cofre com coração de pedra”, que não entende nada de recursos
humanos e não gosta de gente é questionável – quando não apavorante – para
muitos líderes de RH.
Mas, RH pode aprender alguma coisa com o
Diretor Financeiro? Definitivamente sim. Existem 5 lições que devem ser
entendidas pelo RH para que a área possa ser considerada uma peça chave na estratégia
e na condução dos negócios:
1.
Perspectiva do negócio – que impactos as decisões de RH têm no
desempenho geral do negócio? O Diretor Financeiro gostaria de saber. Qual o
retorno esperado do investimento feito em um colaborador admitido ou em programas
de desenvolvimento? A habilidade do RH em pensar sistemicamente – no negócio
como um todo – é muito importante na atual situação das empresas.
2.
Use os dados sobre as pessoas – Deve haver um fluxo contínuo de
informações sobre as pessoas da empresa. Esses dados devem influenciar as
decisões sobre as metas do negócio e indicadores de desempenho. Entretanto, a
maior parte dos profissionais de RH não conhecem as melhores práticas e
sistemas de informação para coletar, acompanhar e disponibilizar dados sobre a
mão de obra. Para um Diretor Financeiro, isso é simplesmente como pilotar um
carro de corrida com os olhos vendados.
3.
Quantificar e qualificar investimentos – O RH deve aprender a quantificar e
qualificar os investimentos nos processos ligados às pessoas. Caso contrário, o
RH não irá conseguir escapar dos controles tradicionais das despesas do eu
centro de custo e orçamentos limitados. Quanto mais o RH aprender sobre
aplicação de princípios de finanças como base para suas decisões, maior a
chance de ser visto como área estratégica pela empresa.
4. Reforçar o fator humano – Os Diretores Financeiros são normalmente vistos como
os que negam gastos e investimentos, principalmente em tempos que os resultados
das empresas não são o que costumavam ser. Cabe ao RH injetar o fator humano
nas decisões financeiras. Para isso, as competências relacionadas à negociação
e empatia são críticas, já que o RH está em posição privilegiada para desenvolver
a habilidade do Diretor Financeiro em enxergar além de suas planilhas em suas
decisões.
5. Utilizar os conhecimentos de RH para desenvolver a visão do negócio – A habilidade do RH em aportar
conhecimento na gestão de talentos deveria ser valiosa para a liderança, quando
grandes decisões são tomadas a respeito das metas e estratégias do negócio. Uma
área de RH que consegue relacionar oportunidades de mercado a indicadores de
desempenho irá trabalhar bem com os altos executivos da companhia.
Está surgindo uma nova geração de Diretores Financeiros cujas aspirações
são bem maiores que ficar mastigando números. Eles enxergam o valor de
possuírem parceiros e não subordinados. Se isso acontecer, nem RH nem Finanças
serão mais os mesmos. Porém a oportunidade está reservada apenas aos
profissionais de RH dispostos a trabalhar nessa convergência. Caso contrário,
ficarão para trás, comendo poeira.
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