Tommaso Russo
Para
o Brasil, é apenas questão de tempo: globalização significa “competir com
todos, por tudo em qualquer lugar”. Porém, existe um grave problema cultural: a
maioria dos processos de gestão (de processos e de pessoas) está estruturada
para promover o conformismo e o alinhamento, ao invés de liberar a criatividade
e o pensamento crítico.
Alguns
sintomas: falta de adaptabilidade e resiliência; hierarquias rígidas e formais;
utilização do passado como referência do futuro; falta de canais para ideias,
talentos e experimentação; repressão da crítica..
É
também crença corrente que a criatividade é algo que somente os
“artistas”possuem. Na verdade, criatividade é algo que se aprende e pratica.
Criatividade é resolver problemas, utilizando a lógica, a intuição ou qualquer
coisa no meio disso. Veja algumas sugestões que podem ajudar a libertar a
criatividade:
- A
criatividade deve ser abordada de maneira profissional – a única maneira de
tornar-se criativo é praticando: levantar sugestões nas reuniões, desenhar
fluxos e diagramas de alternativas aos problemas, pensar em soluções inéditas.
Com isso, você está treinando seu cérebro a enxergar diferentes opções e
encontrar soluções criativas.
- Limite
as possibilidades - às vezes, pensar fora do quadrado pode paralisar, pelo
excesso de alternativas possíveis. Por exemplo, pedir a um engenheiro para
construir uma ponte é muito diferente do que encomendar uma ponte de aço. A
restrição permite que se tenha por onde começar, que é a parte mais difícil do
trabalho criativo. Posteriormente é razoável levantar a dúvida: aço por quê?
- Compartilhe
– soluções frequentemente surgem de um encadeamento de ideias. Assim,
compartilhe seu problema com outros, por exemplo, utilizando a técnica do
brainstorming. Como vantagem adicional, os participantes do processo vão se
sentir um pouco responsáveis pela solução e tendem a apoiá-la.
- Não
faça comparações - uma das razões pelas quais não enfrentamos os problemas de
forma criativa é que não nos sentimos capazes. Lembramos de soluções
encontradas por alguém brilhante e não nos achamos tão bons assim (ou alguém
nos diz que não somos). Comparações são inúteis. Cada situação é peculiar e
cada problema é único. Foque no agora e resolva o problema presente utilizando
seu melhor.
- Pare
de utilizar desculpas – a causa primária para que a pessoas não utilizem sua
capacidade criativa é a procrastinação (isto é, empurrar com a barriga).
Conhecemos os problemas e sabemos o que deve ser feito: mas se for dar
trabalho, sempre achamos uma desculpa verdadeira para fugir (mergulhando na
rotina e na irrelevância)
Além
da criatividade, as organizações precisam de profissionais com olhar crítico
(podemos ver a capacidade crítica como a semente da criatividade). A habilidade
da visão crítica raramente ocorre naturalmente, devendo ser aprendida. Alguns
comportamentos que ajudam:
- Insight
– ter a exata noção do que é crítica nesse contexto (não é ser “negativo”).
Devemos ter a consciência clara do por que estamos criticando.
- Atitude
– sentir-se moral e emocionalmente confortável tanto para criticar quanto para
ser criticado. Sem isso, por exemplo, processo de feedback é inútil para o
desenvolvimento das pessoas.
- Questionamento
– habilidade de questionar a autoridade, captar opiniões generalizadas e
repensar coisas estabelecidas “por definição” (dogmas)
- Conhecimento
– saber fazer a lição de casa e que críticas bem fundamentadas e de boa
qualidade funcionam
- O
tipo certo de atitude – as críticas bem sucedidas (equilibradas, respeitosas e
completas) dependem do uso de outras 3 habilidades: poder de argumentação,
objetividade (base em fatos e dados) e comunicação.
- Integridade
– críticas devem ser consistentes e não arbitrárias e, principalmente, saber o
que falar e o que não falar em determinadas situações.
O oposto: palpiteiro, pessimista, inventor, cri-cri...
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